A primeira tempestade (PARTE 2)

Não ! Lembro que aprendi que também não posso perder meus bens. 

Preciso levar a minha raiz comigo, preciso continuar com minhas malas intactas, porque é tudo que eu tenho. 

Então lembro de uma outra instrutora dizendo: Não deixe que os gigantes tirem de você o que você conquistou, só você sabe o valor de tudo que você carrega na sua mala. SEMPRE AMARRE SEUS OBJETOS, para que ninguém os leve de você.
Rapidamente amarrei todos as minhas malas e coloquei em um lugar seguro do barco. 

A tempestade tem se intensificado, o vento está ainda mais forte. E lembro que em ventos fortes é preciso arriar as velas e desligar o motor. Talvez a melhor forma de enfrentar esse gigante seja me defendendo. Então resolvo ficar quietinha em meio a esse caos. Estou preparada para não perder meus objetos, e caso isso aconteça, já estou pronta para ir até o fim e não me entregar para esse misterioso e gigante oceano.

Enquanto estou aqui quietinha em meio ao estrondo, flashes dos relâmpagos, e o vento aterrorizando meu pequeno e inexperiente barco; lembro que meus colegas sempre diziam que se eu precisasse de alguma ajuda, devia gritá-los, devia dar algum sinal de que eu precisava de ajuda. Resolvi acender todas as luzes do meu pequeno barco. Sim, eu sei que não tinha mais ninguém naquele mar, mas de qualquer forma, é preciso tentar.
E tentei. Mas não ajudou muito ! :/

Continuei ali, mantendo a calma em meio à primeira tempestade da minha vida. Eu estava certa de que não era eterna e que eu estava pronta para enfrentá-la. 

(parte 1: clique aqui)